Agendamento IVDP

Capítulo 2 – Especificações dos produtos vitivinícolas da RDD – elaboração

GUIA Enologia e Práticas Enológicas

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22.12.2022

Capítulo 2 – Especificações dos produtos vitivinícolas da RDD – elaboração

1VINHOS LICOROSOS (DO PORTO/ DO MOSCATEL DOURO)

- QUAL O TÍTULO ALCOOMÉTRICO VOLÚMICO NATURAL MÍNIMO PARA OS VINHOS “DO” PORTO?

O título alcoométrico volúmico natural corresponde à soma dos títulos alcoométricos volúmicos adquirido e potencial (T.A.V. Total), isto é, ao número de volumes de álcool puro à temperatura de 20ºC contidos em 100 volumes do produto considerado a essa temperatura somado com o número de volumes de álcool puro à temperatura de 20ºC suscetíveis de serem produzidos por fermentação total dos açúcares contidos em 100 volumes do produto considerado a essa temperatura.

Os Vinhos do Porto devem ser elaborados a partir de mosto de uvas em fermentação cujo título alcoométrico volúmico natural inicial não seja inferior a 11 % vol., obtidos por adição de álcool neutro, de um destilado de vinho com título alcoométrico volúmico adquirido não inferior a 70 % vol. ou de aguardente vínica.

Exceção: Vinho do Porto Branco Leve Seco, título alcoométrico volúmico total inferior a 17,5% vol., mas não inferior a 15%.

 

- QUAL O TÍTULO ALCOOMÉTRICO VOLÚMICO NATURAL MÍNIMO PARA OS VINHOS “DO” MOSCATEL DO DOURO?

Os Vinhos “DO” Moscatel do Douro devem ser elaborados a partir de mosto de uvas em fermentação cujo título alcoométrico volúmico natural inicial não seja inferior a 11 % vol., obtidos por adição de álcool neutro, de um destilado de vinho com título alcoométrico volúmico adquirido não inferior a 70 % vol. ou de aguardente vínica.

 

- PARA SUSTER A FERMENTAÇÃO E ELEVAR O TÍTULO ALCOOMÉTRICO, QUE TIPO DE PRODUTO VÍNICO UTILIZAR NA ELABORAÇÃO DOS VINHOS DO PORTO E DOS VINHOS DO MOSCATEL DO DOURO?

É admitido o acerto de título alcoométrico por adição de aguardente de vinho.

Para assegurar a manutenção, durante o processo de envelhecimento, do título alcoométrico dos vinhos do Porto e Moscatel do Douro, pode ser adicionada aguardente de vinho até ao limite de 2 % do volume do stock total, nos termos regulamentados pelo IVDP, I. P.

A quantidade de aguardente de vinho destinada a elevar o título alcoométrico volúmico e a interromper a fermentação, de acordo com o grau de doçura desejado, é fixada anualmente no comunicado de vindima.

A paragem da fermentação deve garantir que o Vinho do Porto apresente um teor mínimo em açúcares de 17,5 g/L.

A aguardente de vinho a utilizar deve obedecer às características organoléticas, físicas e químicas fixadas em regulamento do IVDP, I. P.

2VINHOS “DO” DOURO

QUAL O TÍTULO ALCOOMÉTRICO VOLÚMICO NATURAL MÍNIMO PARA OS VINHOS “DO” DOURO?

Quando as condições climáticas da região o justifiquem, pode ser autorizado pelo IVDP, excecionalmente e ouvido o conselho interprofissional:

- Aumento do título alcoométrico volúmico natural, através da adição de mosto de uvas concentrado retificado, ou de mosto de uvas concentrado proveniente da RDD

- Concentração parcial de mostos oriundos da RDD nos termos dos métodos legalmente autorizados e cumprindo as características legalmente estabelecidas.

3VINHOS ESPUMANTE “DO” DOURO

O vinho espumante com direito à DO «Douro» deve obedecer aos seguintes requisitos:

    • O vinho de base utilizado na sua elaboração deve ser um vinho apto a ser reconhecido como um vinho DO «Douro» em todas as suas características;
    • Apresentar um título alcoométrico volúmico adquirido mínimo de 11 % vol. antes da adição do licor de expedição;
    • A segunda fermentação alcoólica obrigatoriamente realizada em garrafa.

 

Processo de elaboração:

    1. A primeira fermentação dos mostos ocorre em cubas de fermentação, da qual resulta o vinho base.
    2. É adicionado ao vinho base o licor de fermentação ou de tiragem de composição variada (açúcar ou mosto concentrado e leveduras).
    3. Inicia-se a segunda fermentação que é obrigatoriamente feita em garrafa.
    4. As garrafas são inclinadas gradualmente com o gargalo para baixo em cavaletes ou giropalettes (contentores de garrafas) para efetuar a rémuage (rodar, ¼ de volta, diariamente as garrafas para que as borras resultantes da fermentação se depositem junto ao gargalo) que, dependendo do tipo de espumante tem duração variável.
    5. A temperatura de fermentação deve ser de, aproximadamente, 15ºC.
    6. Segue-se o dégorgement (o volume perdido nesta operação é compensado com licor de expedição, isto é, vinho de alta qualidade misturado com açúcar ou só vinho, que é adicionado ao vinho espumante e vai determinar o seu grau de doçura).
    7. As garrafas são rolhadas com rolhas de cortiça e agitadas ligeiramente para que se estabeleça uma boa homogeneização com licor de expedição.
    8. É colocada uma armação de arame (muselet) em cada garrafa.
    9. A fermentação prossegue normalmente com controlo de temperatura até ao momento em que a quantidade de açúcar se apresenta com os teores pretendidos.
4AGUARDENTE DOURO

QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO VINHO A UTILIZAR NA ELABORAÇÃO DAS AGUARDENTES DOURO?

A produção de aguardentes vínicas com direito à DO «Douro» deve resultar da destilação de vinho proveniente da Região Demarcada do Douro.