1975
Primeiro Vintage declarado depois da Revolução de Abril de 1974. Primeiro Vintage engarrafado totalmente em Portugal, por determinação legal. Depois de um Inverno chuvoso, ano quente e seco, em especial no Verão. Alguma chuva no início de Setembro, antes da vindima. Vindima tardia, no início de Outubro. Pequena produção. Quase todas as empresas declararam, embora poucos vinhos sejam excepcionais, revelando-se menos duráveis do que se esperava.
1970
Um Vintage de qualidade excepcional, com grande harmonia de fruto e taninos, assegurando grande longevidade. Quase todas as empresas declararam. Choveu muito em Janeiro e Fevereiro, seguindo-se um mês de Março frio e seco. O tempo tornou-se quente a partir de Abril, favorecendo uma boa floração e amadurecimento das uvas. Choveu em Agosto e no início de Setembro, mas a vindima decorreu com tempo seco e muito calor, atingindo em certas zonas os 45¨C. Vinhos muito maduros.
1967
Ano anormalmente frio no início do Inverno, com temperaturas a descerem abaixo dos 0° C. Floração tardia e escassa. Verão quente, com algumas trovoadas. Vindima tardia, em boas condições. Apareceram alguns vinhos excelentes, doces e frutados, declarados por um pequeno número de empresas.
1966
Qualidade excepcional. Vinhos muito doces e ricos em taninos, alguns sublimes, com grande capacidade de envelhecimento. Quase todas as empresas declararam. Inverno normal, com alguma chuva, mas depois ano seco entre Abril e Setembro. Uvas com alto teor de açúcar, algumas queimadas. Apenas choveu levemente no início das vindimas (final de Setembro). Pouca produção.
1963
Um Vintage clássico, intenso e equilibrado, retinto, frutado e com grande capacidade de envelhecimento. «Um Vintage apoteose», no dizer de Chantal Lecouty. Quase todas as empresas declararam. Grande produção. Inverno normal e Primavera fria e chuvosa, mas com bom tempo na floração. Verão quente e seco. Chuviscou apenas antes das vindimas. Durante a vindima (finais de Setembro), tempo perfeito, com dias de muito calor e noites frescas.
1960
Qualidade excelente, com vinhos elegantes e doces, com boa estrutura e com muita cor e corpo.. Quase todas as empresas declararam. Ano muito quente e com maturação precoce. As vindimas começaram na segunda semana de Setembro, primeiro com tempo quente, mas com chuva miudinha e frio após 24 de Setembro, o que prejudicou as vindimas mais atrasadas.
1958
Apesar da humidade do ano, houve alguns vinhos excelentes, com aroma e paladar muito finos. Após o Verão frio e chuvoso, o início do Outono foi muito quente e as vindimas decorreram em condições perfeitas. Algumas firmas não declararam pela proximidade do excelente Vintage de 1955.
1955
Qualidade excelente. Vinhos harmoniosos, encorpados, retintos e muito frutados. Quase todas as empresas declararam. Inverno chuvoso. Verão quente.
1950
Um vinho delicado e doce. Chamaram-lhe «the lady’s vintage». Verão frio. Vindimas atrasadas, mas em condições de tempo perfeitas.
1948
Um Vintage clássico. Ano quente. Vindima feita com tempo muito quente (atinge 45° C). Muitas uvas passadas e muito doces, no Cima Corgo, de tal forma que foi difícil, em certos casos, controlar a fermentação. Pouca quantidade. Vinho muito doce e encorpado. Suckling diz que é um daqueles «vinhos mágicos», feitos para durar cem anos ou mais.
1947
Vintage excepcional, elegante e muito fino. Ano com condições de tempo ideais. A produção foi maior do que se esperava.
1945
Vintage clássico, encorpado, retinto e doce, com grande concentração de fruto e taninos. Primeiro Vintage do pós-Guerra. Engarrafado em Portugal, devido às restrições inglesas. Quase todas as empresas declararam. Ano de baixa produção. Ano seco, com Verão muito quente, apenas com algumas chuvas em finais de Agosto. As vindimas começaram cedo, na primeira quinzena de Setembro.
1942
Qualidade excelente, elegante e frutado. Primeiro Vintage engarrafado quase exclusivamente em Portugal, devido à Guerra. Escassa produção.
1935
Um Vintage clássico, mas algumas empresas não declararam, por terem declarado o do ano anterior (exemplo de um «split Vintage»). Vinho harmonioso, com riqueza de aromas frutados e rico em taninos. Inverno seco, Primavera anormalmente fria, com algumas geadas. Floração e frutificação tardias. Verão inconstante, mas vindima em condições ideais. Em 1937, a Sandeman engarrafou totalmente o seu Vintage 1935, comemorando, simultaneamente, o Jubileu de George V (1935) e a Coroação de George VI (1937), através de dois medalhões alusivos gravados nas garrafas.
1934
Qualidade excepcional, maduro e frutado, apesar de ser um ano de tempo inconstante. Inverno seco, Primavera chuvosa. Floração e frutificação tardias. Julho muito quente. Algumas chuvas em Setembro. Vindima tardia no início de Outubro, com tempo ideal.
1931
Uma novidade excepcional, uma das melhores do século, com vinhos ricos em aromas frutados e taninos, com grande capacidade de envelhecimento. Mas poucas casas declararam, devido à crise internacional que provocou uma redução da procura dos vinhos caros; muitos stocks do excelente vintage de 1927 ainda estavam por vender. Distingue-se o primeiro Vintage do Noval com a designação Nacional, considerado, em 1999, pela revista americana Wine Spectator um dos 12 melhores vinhos do mundo do século XX. O Inverno foi seco e o Verão excepcionalmente frio e seco, incluindo o mês de Agosto. Em Setembro, o tempo aqueceu e caiu alguma chuva. Vindima tardia, no final de Setembro, com tempo ideal. Apesar do tempo ter sido bastante irregular, fizeram-se alguns vinhos notáveis.
1927
Um clássico, dos melhores Vintage do século, retinto, com grande concentração e equilíbrio de aromas. Foi também uma das maiores colheitas de sempre. A chuva que caiu no final de Setembro foi benéfica. Vindima tardia, no início de Outubro, com tempo muito quente. Uvas muito maduras, algumas queimadas Todos os exportadores declararam, produzindo quantidades acima do normal. Exportado em 1929, coincidiu com a Grande Depressão e os negociantes de Londres tiveram dificuldade em vendê-lo. Uma parte deles foi usada, em Londres, para fazer lotações de vinhos do Porto correntes.
1924
Vintage excelente, retinto, com bom corpo e aroma. Quase todas as grandes casas exportadoras declararam. Verão excepcionalmente frio. Alguma chuva em Setembro, mas as vindimas, no final desse mês, decorreram com bom tempo. Escassa produção.
1922
Vintage excelente, em cor, corpo e força, muito delicado. Quase todas as grandes casas exportadoras declararam. Vindima tardia no início de Outubro, com bom tempo.
1920
Vintage excelente, muito elegante, equilibrado, frutado. Primeiro Vintage depois da Grande Guerra. Quase todas as empresas declararam. Primavera com mau tempo. Abril muito frio e chuvoso, com trovoadas, Junho com um surto de míldio. Vindima tardia, no início de Outubro, depois de um Verão quente. Novidade escassa.
1917
Grande Vintage, rico em aromas e taninos, encorpado e com muita cor. Muitas empresas declararam. Outras não o fizeram, devido à conjuntura de guerra. Primavera tardia e Verão muito quente e seco, apenas com alguma chuva em Setembro. Vindima tardia, na segunda semana de Outubro, com tempo ideal. Algumas uvas queimadas. Bom ano em qualidade e quantidade.
1912
Um Vintage clássico, encorpado, com concentração e harmonia de fruto e taninos. Quase todas as empresas declararam. Ano excepcional em qualidade e quantidade.
1911
Um grande Off-Vintage: a Sandeman declarou, isoladamente, o «Vintage Coronation», em comemoração da subida ao trono de Jorge V. Uma excepção num ano geralmente fraco. Segundo Ernest Cockburn, este Vintage da Sandeman «será recordado durante muito tempo como um exemplo de tudo o que há de superior no Vintage Port». Vindima tardia, em Outubro, com muito calor, depois de algumas chuvas torrenciais no final de Setembro. Uvas muito maduras, atingindo em algumas zonas do Cima Corgo mais de 16°, mas algumas já passas ou podres. Poucos vinhos bons, com muita cor, corpo e doçura.
1908
Grande Vintage, fino, equilibrado, retinto e encorpado, muito maduro e com um aroma tradicional de «café torrado». Todas as empresas declararam. Inverno frio, Primavera e Verão muito quentes, em especial no tempo da vindima (finais de Setembro), de tal forma que alguns produtores tiveram problemas para controlar a fermentação do mosto.
1904
«Vintage elegante» e frutado, mas pouco retinto. Todas as empresas declararam. Devido à dificuldade de arranjar aguardente em Portugal, muitos vinhos foram fortificados com aguardente alemã e álcool de cereais ou batata. Ano seco, com chuvas leves em meados de Setembro que foram benéficas para refrescar as uvas. As vindimas feitas logo a seguir decorreram com bom tempo. Uvas muito maduras. Vindima muito abundante.
1900
Grande Vintage, em qualidade e quantidade. Vinhos delicados e harmoniosos embora com menos cor e corpo que os Vintage mais famosos. Quase todas as empresas declararam. Vindima tardia, no final de Setembro – início de Outubro, com bom tempo, depois de alguns dias de chuva.
1897
Vintage excelente, de cor e sabor notáveis, segundo alguns enófilos melhor que o de 1896, mas poucas empresas declararam, dado terem feito Vintage no ano anterior. As primeiras vindimas foram feitas com tempo muito quente, provocando fermentações muito rápidas em alguns lagares. Depois, o tempo arrefeceu e a qualidade do mosto melhorou. Segundo Warner Allen, os melhores 1896 tinham algum 97 adicionado. Houve falta de aguardente para beneficiar os vinhos. Fazem-se importações de álcool e aguardente da Islândia, Dinamarca e Alemanha. A Sandeman fortificou o seu Vintage 97, considerado lendário, com Whisky escocês.
1896
Vintage excepcional. Todas as empresas declararam. Vinhos pouco maduros na altura da vindima (que começou cedo, na primeira quinzena de Setembro), com menos cor e corpo do que o normal numa grande novidade. Mas desenvolveram surpreendentemente bem em garrafa.
1894
Bons vinhos, mas pequenas quantidades. Muitas vinhas atacadas pelo míldio. Muitas empresas declararam. Dificuldade de arranjar aguardente. Alguns vinhos fortificados com aguardente dos Açores, mas nos melhores continua a usar-se aguardente do Douro. Verão quente e seco, com alguma chuva no final de Setembro. Vindimas tardias no início de Outubro, com tempo ideal.
1892
Alguns bons vinhos, mas pequenas quantidades. Muitas empresas declararam. Dificuldade de arranjar aguardente. Alguns vinhos fortificados com aguardente dos Açores. Verão quente e seco. Uvas muito maduras de tal forma que em alguns lagares houve dificuldade em controlar a fermentação.
1890
Alguns bons Vintage, um pouco leves e secos. Poderia ter sido melhor se a vindima tivesse sido um pouco atrasada. Vaga de calor no início de Setembro, seguida de chuvas em meados do mês, mas as vindimas decorreram com tempo perfeito. Produção escassa. Muitas empresas declararam.
1887
Vintage « Queen Victoria’s Jubilee», Verão quente, vindimas realizadas em condições ideais, com dias quentes e noites frescas. Todas as empresas declararam. Houve quem considerasse um dos melhores anos do século XIX, comparável a 1834. Produção escassa.
1884
Alguns grandes Vintage. Muitas empresas declararam. Julho muito quente. Chuvas no fim de Agosto provocaram grande quantidade de «podre». Vindima tardia. Os vinhos revelaram-se melhores do que se esperava. Produção escassa devido à filoxera.
1881
Vinhos que prometiam tornar-se excelentes quando foram engarrafados mas muitos deles revelaram-se uma desilusão. Muitas empresas declararam. Vários exportadores consideravam que, devido à filoxera, no futuro não se fariam mais Vintage.
1878
Vintage excepcional, muito fino. Todas as empresas declararam. Ainda muito bom, em 1978, segundo Ben Howkins. Em Julho as notícias do Douro, segundo Ernest Cockburn, eram alarmantes, antecipando uma vindima tardia e muito pequena, devido à filoxera. Tempo inconstante durante Julho e Agosto, mas as vindimas, feitas a partir de meados de Setembro, decorreram com óptimo tempo. Mas, no Cima Corgo, produção muita escassa, metade da do ano anterior. Muitos proprietários decidem não voltar a cultivar as suas vinhas.
1875
Bons Vintage, finos e elegantes, sobre o seco, mas revelaram-se aquém das expectativas, amadurecendo depressa. Todas as empresas declararam. Verão quente e seco. Uvas quase passas com grande teor de açúcar. Produção escassa, devido ao avanço rápido da filoxera.
1873
Grande Vintage, com características de doçura. Quase todas as empresas declararam. Vindima tardia, em condições de tempo ideais.
1872
Excelente Vintage, com vinhos muito finos e ricos que provaram ser melhores do que inicialmente se esperava. Muitas empresas declararam e outras não o fizeram porque optaram por privilegiar o ano anterior.
1870
Grande Vintage, muito fino e encorpado, comparável segundo alguns negociantes, ao de 1834. Todas as empresas declararam. Produção escassa.