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Vendas de Vinhos da Região Demarcada do Douro (RDD) com Denominação Protegida (DOP) ou Indicação Geográfica Protegida (IGP) 2023

Porto & Douro Magazine


Em 2023 as vendas dos vinhos da RDD com DOP/IGP atingiram 615 milhões de euros, registando-se uma diminuição de 1,0 % em comparação com o ano anterior.

Tal como em 2022, as exportações foram as principais responsáveis por essa evolução global, registando quebras em quantidade (‑7,7 %) e em valor (‑4,7 %). Já no mercado nacional, a diminuição na quantidade vendida foi bem menos acentuada (‑2,6 %), e registou-se até um aumento no volume de negócios (+4,7 %).

As exportações de vinhos da região totalizaram 359 milhões de euros em 2023, sendo impactadas negativamente pela instabilidade económica e pela perda do poder de compra em muitos dos principais mercados para estes vinhos, cujos consumidores foram penalizados pela subida das taxas de juro e por níveis de inflação (ainda) elevados em 2023 (embora menores do que em 2022). Também a valorização do euro em relação a algumas divisas (nomeadamente o dólar dos EUA, a libra esterlina e o dólar canadiano) não terá ajudado a uma evolução das exportações mais de acordo com o desejado.

Por outro lado, as vendas no mercado nacional, num total de 256 milhões de euros, registaram uma evolução positiva, sobretudo explicada pelo dinamismo do setor turístico e do canal HORECA. De destacar os acréscimos, respetivamente de 7,3 % e 6,7 %, registados nos preços médios de venda de Porto e Douro no mercado nacional, ambos bem acima da inflação que se verificou em 2023 em Portugal (4,3 %). No caso do Douro, essa evolução permitiu um crescimento do valor das vendas deste vinho em Portugal (+4,9 %), o qual mais que compensou a quebra nas suas exportações (‑2,1 %), levando a um recorde de 227 milhões de euros no volume de negócios total deste vinho em 2023 (+2,7 %).

O conjunto dos 10 principais mercados (em valor) para os vinhos do Porto e do Douro, manteve-se o mesmo de 2022 para 2023, apenas com algumas trocas de posição (assinaladas com setas nos quadros seguintes), havendo a registar apenas duas variações mais acentuadas: no caso das vendas de Porto, os EUA caíram de 3º para 5º, enquanto nas vendas de Douro, a França subiu do 10º para o 8º lugar no ranking.

De notar que, até julho, se verificou uma antecipação de importações de Porto por parte do Reino Unido, antes da entrada em vigor do novo regime de impostos sobre bebidas alcoólicas (em 1 de agosto de 2023). Assim, no final desse mês verificava-se um crescimento de 184 % no valor das exportações de Porto para esse mercado, tendo naturalmente vindo a esbater-se nos meses seguintes o efeito positivo do Reino Unido no total das exportações deste vinho no presente ano. Ainda assim o Reino Unido terminou 2023 com a melhor evolução em quantidade (+9,4 %) entre os mercados do TOP 10 para o Porto, com o senão de tal ter sido conseguido à custa de uma quebra do preço médio (‑2,1 %).

Já no caso do Douro, a única evolução positiva em termos de quantidade entre o TOP 10 registou-se nas exportações para o Brasil, e logo com uma variação significativa de +21,2 %. Mas também aqui há a realçar que a evolução do preço médio não foi a desejada, situando-se apenas 1,1 % acima do praticado no ano anterior.

Gilberto Igrejas,

Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P.




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